SE CAXIAS FOSSE NOSSA

Este é um dos debates mais interessantes sobre a minha cidade, Duque de Caxias, e eu queria muito participar, mas por razões profissionais não poderei ir. Acho os convidados ótimos e sinto profundamente não conseguir estar presente para dividir minhas angustias e ideias sobre uma cidade que eu e muitos amigos desejamos. No entanto, deixo aqui alguns questionamentos que considero importante para contribuir no debate e, se estivesse presente, levaria para análise dos presentes:
1) Qual a relação entre o alto Orçamento Público de Duque de Caxias e a reprodução de governos ligados aos setores de transporte, saúde e serviços públicos?
2) Porque independente de quem esteja no governo, o Orçamento da cidade é uma caixa preta e não é acessado pela sociedade e por instituições sociais organizadas?
3) Além do Orçamento, por onde passa as formas de reprodução do poder na cidade? Na Câmara dos Vereadores? No domínio dos órgãos de execução das leis municipais? no Empresariado
Local ou nas grandes empresas sediadas no município?
4) Em um cenário de crise e golpe político, qual a disposição das forças de esquerda de conversarem em função de projetos aliados e conjuntos em prol de uma sociedade mais justa, democrática e livre para afirmar princípios em defesa da humanidade?
5) Têm uns dez anos que fiz esta pergunta aos meios alunos da Figueira, CIEP 340, e, também, aos alunos do Irineu Marinho no Centenário: Se Caxias fosse sua o que você faria?
As respostas foram múltiplas e todas muito interessantes. Porém, elas demonstravam claramente que os meus alunos viam cidades diferentes e que correspondiam a realidades diversas. Em ambos os bairros eles não se sentiam cidadãos ou muito menos como sendo pertencente a cidade. Se viam como jovens de bairros pobres e carentes de tudo.
São muitos os desafios para transformar a nossa realidade em um cenário mais justo e igualitário:
– Integrar a cidade através de mecanismos de participação mais efetivos;
– debater amplamente o Plano Diretor através das audiências públicas; 
– debater instrumentos como o IPTU progressivo;
– exigir como compromisso do próximo gestor a revisão das planilhas dos custos dos transportes públicos;
– reivindicar creches e escolas públicas em condições do exercício da educação em todos os distritos;
– revisão da gestão e dos contratos dos serviços públicos orientados, historicamente, pelos interesses empresariais;
– apontar para os movimentos de moradia e das dificuldades do acesso a terra na cidade;

Devemos defender medidas que democratizam a cidade, que é periférica, mas que, também, é uma potência econômica, e que reproduz a lógica de segregação de centro e periferia para os bairros mais pobres e distantes, carentes de infraestrutura e serviços básicos de atendimento a população.
Acredito que tenha chegado o momento de alargarmos a articulação de uma frente ampla para discutirmos a cidade que queremos.

Respeito muito todos os debatedores e desejo um bom debate e que tudo que seja falado tenha reflexo na vida dos cidadãos de nossa cidade.
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