Acabaram-se as eleições e a sociedade brasileira deu uma demonstração que está disposta a mudar. Cobrou de que quem está no governo e da oposição. Mostrou nos votos quer continuidade das políticas sociais, mas quer, também, punição aos atos de corrupção, acesso as informações e crescimento econômico com justiça social. Muito será mudado no Brasil e todas as transformações deverão passar por este processo de aprendizagem que é a presença da sociedade nas arenas de decisão. Não se constrói uma nação livre, autônoma e consciente sem o constante exercício de participação nas disputas pelo poder. Eleições livres para diretores de
escolas, Orçamento Participativo, plebiscitos e consultas populares são práticas que educam uma população e promovem o controle social da coisa pública. Transforam um país em uma República.
O clima eleitoral confundiu muitas cabeças que não perceberam o que estava por trás das propostas e projetos dos partidos e candidatos. E este fato expôs uma ferida de nossa sociedade. Esta eleição trouxe à tona, mais uma vez, um dos aspectos mais constrangedores e complexo da hegemonia do capital e da intolerância daqueles que, durante quinhentos anos, estiveram no poder sujeitando com preconceito e escárnio homens e mulheres que deram suor, força, esperança, criatividade, amor, cultura, inteligência, história, sangue, tradições e fé a esta nação: o povo brasileiro.
Com uma linda música, em resposta ao preconceito, veio de Minas Gerais, mais uma vez, na voz e de autoria de Vander Lee, os votos para mudar o Brasil.
Eduardo Prates